Em trinta de novembro de 2016, a AICE completa 25 anos de existência baseada na militância de cidades educadoras, cuja atuação é movida por uma ideia central: a construção e manutenção de cidades mais justas, solidárias, inclusivas, igualitárias e democráticas.
Adotar uma gestão onde a cidade seja educadora significa orientar o planejamento urbano, as políticas sociais e os equipamentos públicos sob tal perspectiva, por meio de seus diversos agentes.
Santo André, como cidade coordenadora da rede brasileira de cidades educadoras, possuiprojetos que retratam o conceito: as Ciclofaixas, o Hospital da Mulher, a Sabina: Escola Parque do Conhecimento,um importante centro de ciências interativo de educação contemporânea; a instituição dosConselhos Mirins; o projeto “E agora José?”, um trabalho socioeducativo realizado com homens autores de violência doméstica contra mulheres; o projeto “Santo André, Cidade Graffiti” – que empodera os jovens e estimula-os a apropriarem-se da cidade pela manifestação cultural urbana, num movimento dialógico e artístico; o projeto “Caminhando para a Saúde”, o programa que mescla atividades de lazer com ações de saúde, atividade física e exercício de cidadania, por meio da apropriação dos serviços e espaços públicos; e tantos outros, de igual importância e finalidade.
Por todas as políticas executadas por nossa cidade, pactuadas com toda a população andreense – haja vista que o processo democrático demanda a participação social ativa – acreditamos que esta gestão, voltada para a garantia de direitos e qualidade de vida, tem feito seu papel de articuladora dos princípios contidos na Carta das Cidades Educadoras, envolvendo a todos nos processos decisórios da cidade, a exemplo dos bons resultados obtidos com a realização do Plano Plurianual Participativo (PPA), Plano Plurianual Participativo Criança (PPA Criança) eOrçamento Participativo (OP) e Orçamento Participativo – Criança (OP Criança).
Estes instrumentos de planejamento, que possuem a função de pensar e definir as necessidades atuais e de médio prazo, inova ao inserir os moradores e as moradoras da cidade nos processos decisórios da cidade, numa visão progressista e inclusiva de Gestão Pública.
Esta forma de gerir a Administração Pública, sob a égide dos ideais de liberdade, igualdade inclusão e qualidade de vida – valores convergentes aos princípios de uma cidade educadora –tem inspirado outros municípios Espera-se, desta forma, que tal inspiração construa correntes colaborativas, onde todos os gestores troquem experiências exitosas e reflitam sobre as formas de melhorar a relação dialógica com a população.
Num dia tão importante como o conclamado pela AICE, nos debruçamos sobre o propósito firme de que, em qualquer instância participativa, todos os andreenses tenham a oportunidade de refletir sobre os grandes desafios sociais que cada localidade enfrenta, adotando postura afirmativa no combate às práticas excludentes, que provocam a desigualdade, o preconceito e a violência, entre tantos males que assolam as sociedades contemporâneas. Só na mobilização social, na convergência de esforços da sociedade civil e poder público, as cidades poderão alçar à condição emancipatória da democratização do acesso a bens materiais e imateriais, a adoção de cultura de paz, dentro dos preceitos dos direitos da pessoa humana.
Para além das felicitações, a data é um símbolo de luta para aqueles que militam em prol de um mundo melhor!
Desejo que este dia seja o marco para que, com amorosidade e esperança, adotemos, em todas as partes do mundo, novos valores, baseados na reflexão sobre a vida em sociedade, na participação dos espaços de diálogo, na elaboração de políticas públicas afirmativas e, principalmente, na construção de uma educação transformadora e libertadora.