Municípios unem-se para reiterar que brincar é tão importante como educar
No 11.º Encontro do Grupo de Trabalho "Brincar na Cidade Educadora", da Rede Territorial Portuguesa das Cidades Educadoras, os municípios juntaram-se, no Porto, para relembrar que brincar tem um papel crucial na vida das crianças.
Nos dias 4 e 5 de julho, o encontro, que passou pela Escola Básica e Secundária Carolina Michaelis (palco anfitrião dos trabalhos), Escola Básica do Falcão, Associação de Ludotecas do Porto e Jardins da Casa São Roque, voltou a colocar em evidência uma das atividades mais importantes na infância: brincar.
Neste sentido, o vereador da Educação, Fernando Paulo, realçou que este tipo de encontros permite consolidar “excelentes momentos de conhecimento e troca de experiências, mas também de vivência, convívio e festa, tão importantes para a celebração do trabalho em rede, de cooperação, de co-criação e inspiração”.
“Temos de reconhecer a criança como pessoa com direitos, nomeadamente a participar em assuntos que lhe digam diretamente respeito. O brincar na infância é uma atividade que contribui para o seu desenvolvimento social, físico, afetivo, cognitivo e emocional e é fundamental para o seu bem-estar, saúde e felicidade”, notou o responsável pelo pelouro da Educação.
Perante os participantes, Fernando Paulo salientou ainda que a educação “é uma área prioritária de intervenção” na cidade do Porto, que alberga uma rede de escolas públicas constituída por cerca de 75 estabelecimentos de ensino, aglomerando perto de 25 mil alunos.
Assim, e de modo a dar resposta às necessidades da população, o vereador da Educação afirmou que “é fundamental pensar a cidade como um ecossistema educativo inclusivo, dinâmico e em diálogo permanente com os cidadãos”.
No encontro, que contou com 94 inscrições, houve ainda tempo para se debater a importância do brincar para o sistema neurológico da criança. Bruno Peixoto, investigador do Instituto Universitário de Ciências da Saúde (CESPU), lembrou que este comportamento “é visível em várias espécies, desde aves a mamíferos”.
“Brincar fornece o contexto para um saudável desenvolvimento cerebral. Em termos de análise neurológica, brincar está associado a emoções positivas, a prazer, a alegria, e contribui para o desenvolvimento de competências fundamentais ao longo da vida, da flexibilidade mental à criatividade. Brincar traz ganhos cognitivos, emocionais e comportamentais”, acrescentou o professor.
O especialista chamou ainda a atenção para os resultados de vários estudos que mostram que, nos últimos 20 anos, houve a perda de 12 horas livres por semana.
Entre os convidados do encontro esteve ainda Frederico Lopes, professor na Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa.
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